sábado, 3 de abril de 2010
Dentro de mim...
Acho que me encontro parada no jardim, na soleira da minha porta, enquando a chuva cai, fraca, tão sem forças quanto eu. Mas mesmo fraca ela me molha e aos poucos meus cabelos vão ficando úmidos, embaraçados...não me importo.
Me enterrei aqui, junto à terra molhada, as roseiras e a minha grama verde. Sentada aqui eu penso, olho para o céu sem ver algo concreto de verdade, acho que vejo somente a minha solidão estampada ao lado da solidão da Lua. Lua bela, imponente, brilhante, solitátia. Triste não é? Algo tão belo, tão encantador e tão solitário. Acredito que sei como ela se sente.
Observando mais as belezas do céu eu vejo as estrelas. Elas me lembram algo que há tempos eu não contemplo...o brilho dos teus olhos. Elas cintilam no céu assim como os teus olhos cintilavam de encontro ao brilho de prata dos meus. Perdi isso. Também é triste.
Caminho pelas ruas sem destino traçado, apenas ando e ando, minhas mãos nos bolsos, vento nos meus cabelos, aroma das flores de outono me invadem e acalmam um pouco meu coração agora tão inquieto.
Fecho os meus olhos, respiro profundamente e tento tirar da natureza toda a vida que eu desejo que haja dentro de mim.
Lembranças se abrem dentro de mim e tomam conta do espaço que há. Sorrisos ecoam do passado recente, perfumes surgem como algo intocado pela distância e tempo passado, a felicidade se impõe mostrando a grandeza que tinha. Tormento, tormento e mais tormento. Livrai-me de tudo, libertai-me do que me consome pouco a pouco.
Mantenho a calma. Percebo que na verdade nada me consome, são só lembranças de algum tempo atrás e que vistas com carinho não doem, simplismente mexem com o meu interior e isso porque me fizeram bem e eu sinto saudades. Saudade não é algo tão ruim como dizem, só sinto saudade do que amei, ou AMO! É eu amo. Te amo!
Caminho de volta pra casa, vou refugiar-me no calor da minha cama, quem sabe meu travesseiro possa me contar algo do passado e me fazer sorrir, ou até mesmo chorar, mas não de dor, simplismente de saudade.
Meu coração reconforta-se junto aos lençóis, mas sente falta do calor do teu abraço. Não sinta-se triste ao ouvir isso meu caro príncipe, se sinto a sua falta é porque me fez bem, não é por não estar mais aqui que o amo menos. Eu te deixei partir e deixaria quantas vezes fosse necessário para que você fosse feliz. Queria que você fosse egoísta o bastante pra ficar ao meu lado mesmo sabendo que poderia não ser o melhor, mas se te faltam forças pra isso, eu entendo.
Assim como a fraca chuva que aparenta estar sem forças e ganha a imponência de um temporal arrasador, eu me ergo e sigo em frente.
E o buraco com borboletas negras que existe dentro de mim?
Bom, borboletas só vivem 24 horas...
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