quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fogueira.

Guardo todas as promessas quebradas comigo, dentro de uma caixinha bem ornamentada dentro do meu peito. Eu sei que já deveria ter me desfeito de tudo, deveria ter jogado fora cada pedacinho de lembraça que eu tenho, mas se eu fizer isso é como se eu estivesse me desfazendo de você, como se finalmente não houvesse retorno nessa nossa estrada e eu não quero entregar você às chamas mesmo sabendo que você deve arder no fogo como fez comigo.
Eu tenho caminhado muito através dos vales e de todos esses pinheiros para saber que
esse  bosque é cheio de uma solidão repleta de pessoas, de uma angústia pintada por sorrisos falsos e por corações que batem no mesmo ritmo frio. Existem várias dimensões espalhadas por esse lugar, mundos particulares em que cada um se encaixa da sua maneira e eu na minha vou seguindo olhando as nuvens cinzentas desse inverno rigoroso.
Tenho tentado achar a toca do coelho, uma vala, buraco ou qualquer coisa que talvez me leve para algum lugar melhor, quem sabe uma Wonderland perdida no espaço e no tempo, mas do jeito que as coisas caminham talvez eu vá parar na merda de pântano que vai me engolir e terminar de estrangular as minhas palavras. Talvez eu já esteja nesse pântano.
Você sente a minha falta? Acho que não, na verdade nunca sentiu.
Vou bater a minha cabeça na parede até afogar tudo que lembra você, tudo que faz meu coração sentir pontadas de dor e tudo que rasga a minha garganta.
E eu queria tanto ter guardado o seu perfume! Ou uma blusa, quem sabe aquela sua jaqueta que eu tanto gostava, afinal, está tão frio,  ela iria me servir bem e eu não tenho seus braços para me esquentar de qualqer forma. Eu queria algo mais que lembrança ou uma foto inanimada e que só refelte a felicidade falsa que eu achava que tinha. Mas acho que pior que tudo isso é ainda guaradar o teu sorriso.
Preciso queimar tudo, está na hora de me livrar de você e deixar que tudo o que foi passe de uma vez e arda na fogueira que eu fiz coma  inha dor e raiva.
Adeus.